segunda-feira, 30 de maio de 2016

Acreditar

Sei agora o seguinte. Todo o homem dá a sua vida pelo que acredita. Toda a mulher dá a sua vida pelo que acredita. Há pessoas que acreditam em pouco ou em nada e, ainda assim, dão as suas vidas por esse pouco ou por esse nada. Tudo o que temos é a nossa vida, e vivêmo-la como acreditamos que a devamos viver, e então ela vai-se. Mas renunciar ao que se é e viver sem acreditar em nada é mais terrível do que morrer - mais terrível até do que morrer jovem.
Joana d`Arc

domingo, 29 de maio de 2016

Cercado de ódios

De repente achei-me cercado de ódios; cortaram-me os viveres na empresa do jornal, nas aulas de Direito tiraram-me a mesquinha distinção académica, os críticos espalmaram-me rudemente, os livreiros recusaram-se a dar publicidade ao que escrevia, e os patriarcas das letras com o peso da sua autoridade sorriam com equívocos sobre o meu valor intelectual, chegando a circularem lendas depressivas do meu carácter e costumes, que só consegui desfazer com uma vida às claras e cheia de ignorados sacrifícios. Outro qualquer se teria rendido. Vi-me forçado a inverter as bases da minha existência, abandonando a Arte que me seduzia, porque me abandonara a serenidade contemplativa, e lancei-me à crítica, à erudição, à ciência, à filosofia.

sábado, 28 de maio de 2016

Pena

Zangado
acreditas no insulto
e chamas-me negro.

Mas não me chames negro.

Assim não te odeio.
Porque se me chamas negro
encolho os meus elásticos ombros
e com pena de ti sorrio.

José Craveirinha

Avocado smoothie with kiwi and lime #sipped #smoothie:

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Teixeira Gomes

Foi o 7º Presidente da 1ª República.
Nasceu a 27 de maio de 1860, em Vila Nova de Portimão. Era filho de José Libânio Gomes e de Maria da Glória Teixeira Gomes.
Além de proprietário abastado, o pai dedicava-se ao comércio de frutos secos em larga escala, sendo um homem muito viajado, instruído em França, onde assistiu à revolução de 1848, advogava princípios republicanos, chegando a ser cônsul da Bélgica no Algarve.
Teixeira Gomes casou com Belmira das Neves, oriunda de famílias modestas de pescadores e tiveram duas filhas.                                                                                             
Morreu em 18 de outubro de 1941, em Bougie, na Argélia.

Bolo Aniversário Clássico

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Literatura

Uma literatura que não respire o ar da sociedade que lhe é contemporânea, que não ouse comunicar à sociedade os seus próprios sofrimentos e as suas próprias aspirações, que não seja capaz de perceber a tempo os perigos morais e sociais que lhe dizem respeito, não merece o nome de literatura: quando muito pode aspirar a ser cosmética.
Alexander Soljenitsyne

quarta-feira, 25 de maio de 2016

terça-feira, 24 de maio de 2016

Copérnico

Nicolau Copérnico foi um importante matemático e astrónomo polaco. Pode ser chamado de “pai” da astronomia moderna, pois foi ele quem, através dos seus seus estudos e cálculos, percebeu e defendeu a tese de que a Terra, assim como os demais planetas, gira em torno do Sol, numa teoria chamada de Heliocentrismo. Foi Copérnico quem deduziu, também, que a Terra gira em torno do seu próprio eixo. Até então, acreditava-se que a Terra era o centro do Universo, segundo teoria do grego Ptolomeu.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

A Inquisição em Portugal

A 23 de maio de 1536, no reinado de D. João III, é instituída, por bula do papa Paulo III, a Inquisição em Portugal.
Ao longo de quase 300 anos, esta foi uma das instituições mais temidas em Portugal. Para garantir uma fé católica com elevado grau de pureza, milhares de pessoas foram perseguidas, torturadas e mortas na fogueira. Nenhuma heresia escapava ao Santo Ofício.

O ofício deste tribunal eclesiástico era inquirir dos desvios da fé católica, das heresias e das demais práticas pagãs. Todas as denúncias eram aceites, uma carta anónima ou um boato constituíam factos suficientes para iniciar um processo inquisitorial que permanecia secreto para a maioria. Os inquisidores tinham centenas de pessoas ao seu serviço e dispunham de uma rede de informadores a quem atribuíam recompensas e privilégios, como a isenção de pagar impostos, por exemplo. Trabalhar para a Inquisição, como ficou conhecido o tribunal do Santo Ofício, era também uma promoção social.

domingo, 22 de maio de 2016

sábado, 21 de maio de 2016

O Maravilhoso

O maravilhoso é uma força de renovação comum a todos os homens, independente de sua cultura [...] ele permite vislumbrar um acordo íntimo, para além das fronteiras e dos interesses, uma fraternidade real que tem por língua universal a poesia e a arte verdadeiras.

Pierre Mabille

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Finalmente, Calecute!

No dia 20 de maio de 1498, Vasco da Gama chegou ao porto de Calecute, na costa oeste da Índia. Ele foi o primeiro europeu a circundar o continente africano pelo Cabo da Boa Esperança.
Pode ler-se no "Diário de bordo da caravela São Gabriel, 8 de janeiro de 1499":
(...) "Há exatamente três meses, estamos na viagem de retorno da Índia. Talvez seja essa a minha última anotação, visto que a tempestade que atravessamos já dura há cinco dias. Ondas monstruosas batem contra as nossas caravelas, retorcem a madeira e já engoliram três dos nossos marinheiros. Toda a tripulação reza. O fim parece estar próximo e talvez ninguém fique sabendo o que vimos. Mas eu ainda quero registar tudo hoje nesse diário de bordo. Talvez sobrevivamos, talvez morramos, talvez as minhas linhas encontrem um leitor.
(...) E, finalmente, então o 20 de maio do ano passado, 1498. Lembro-me perfeitamente. Chegada no porto de Calecute (costa oeste da Índia). Que paraíso! E que recepção! Mas quão breve foi a felicidade. Espelhos, pérolas de vidro e lã – nada entusiasmou o rei hindu. Ele desprezou as nossas oferendas baratas e, por pouco, não teríamos conseguido adquirir pimenta, veludo e seda. Ele  ameaçou-nos, exigiu impostos e quase tudo o que tínhamos a bordo, em troca das suas mercadorias. Por sorte, conseguimos escapar do porto; tivemos até de sequestrar cinco hindus, para receber o salvo-conduto. (...)"

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Ao Retrato de Catarina

Esses teus olhos enxutos
Num fundo cavo de olheiras
Esses lábios resolutos
Boca de falas inteiras
Essa fronte aonde os brutos
Vararam balas certeiras
Contam certa a tua vida
Vida de lida e de luta
De fome tão sem medida
Que os campos todos enluta

Ceifou-te ceifeira a morte
Antes da própria sazão
Quando o teu altivo porte
Fazia sombra ao patrão
Sua lei ditou-te a sorte
Negra bala foi teu pão
E o pão por nós semeado
Com nosso suor colhido
Pelo pobre é amassado
Pelo rico só repartido

Tanta seara continhas
Visível já nas entranhas
Em teu ventre a vida tinhas
Na morte certeza tenhas
Malditas ervas daninhas
Hão-de ter mondas tamanhas
Searas de grã estatura
De raiva surda e vingança
Crescerão da tua esperança
Ceifada sem ser madura

Teus destinos Catarina
Não findaram sem renovo
Tiveram morte assassina
Hão-de ter vida de novo
Na semente que germina
Dos destinos do teu povo
E na noite negra negra
Do teu cabelo revolto
nasce a Manhã do teu rosto
No futuro de olhos posto
Carlos Aboim Inglez


Barras de aveia e abóbora

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Do Sentimento Trágico da Vida

Não há revolta no homem 
que se revolta calçado. 
O que nele se revolta 
é apenas um bocado 
que dentro fica agarrado 
à tábua da teoria. 

Aquilo que nele mente 
e parte em filosofia 
é porventura a semente 
do fruto que nele nasce 
e a sede não lhe alivia. 

Revolta é ter-se nascido 
sem descobrir o sentido 
do que nos há-de matar. 

Rebeldia é o que põe 
na nossa mão um punhal 
para vibrar naquela morte 
que nos mata devagar. 

E só depois de informado 
só depois de esclarecido 
rebelde nu e deitado 
ironia de saber 
o que só então se sabe 
e não se pode contar. 

 Natália Correia, in Poemas (1955)

Yummy Summer Wedding Cakes

terça-feira, 17 de maio de 2016

Amanhecer

O que será ser só
Quando outro dia amanhecer?
Será recomeçar?
Será ser livre sem querer?

Chico Buarque

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segunda-feira, 16 de maio de 2016

Alma

O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!
Florbela Espanca

domingo, 15 de maio de 2016

Ideal

Aquela, que eu adoro, não é feita 
De lírios nem de rosas purpurinas, 
Não tem as formas languidas, divinas 
Da antiga Vénus de cintura estreita... 

Não é a Circe, cuja mão suspeita 
Compõe filtros mortaes entre ruinas, 
Nem a Amazona, que se agarra ás crinas 
D'um corcel e combate satisfeita... 

A mim mesmo pergunto, e não atino 
Com o nome que dê a essa visão, 
Que ora amostra ora esconde o meu destino... 

É como uma miragem, que entrevejo, 
Ideal, que nasceu na solidão, 
Nuvem, sonho impalpável do Desejo... 
Antero de Quental, in Sonetos

sábado, 14 de maio de 2016

Tomada de Lisboa aos Mouros

A 14 de maio de 1147, a cidade de Lisboa é tomada aos Mouros.                                  
A 14 de maio de 1947, aquando da realização das comemorações do VIII Centenário daTomada de Lisboa aos Mouros, o Diário de Lisboa escreve:
«Após oito séculos, Lisboa desperta e considera o seu passado aprendendo nele as razões do seu orgulho, com a convicção de que sempre trabalhou e lutou para ser o espelho fiel de altos feitos e de nobres virtudes.»
festa-primavera (8)

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Hino à Alegria

A melodia escolhida para simbolizar a UE é o «Hino à Alegria», composto por Ludwig Van Beethoven em 1823, enquanto parte da Nona Sinfonia, para o poema com o mesmo nome de Friedrich Schiller, de 1785.
Este hino simboliza não só a União Europeia, mas também a Europa num sentido mais lato. O poema «Hino à Alegria» evoca o ideal da fraternidade de Schiller, partilhado por Beethoven.
Em 1972, o Conselho da Europa adotou o «Hino à Alegria» de Beethoven como o hino desta organização. Em 1985, foi a vez dos dirigentes europeus de também o adotarem como hino oficial da União Europeia. O hino, que não tem letra, utiliza a linguagem universal da música para exaltar os ideais europeus da liberdade, paz e solidariedade.
O hino europeu não se destina a substituir os hinos nacionais dos países da UE, mas antes a celebrar os valores que estes partilham. É tocado em cerimónias oficiais que contam com a participação da União Europeia e, de uma forma geral, em todos os tipos de eventos de caráter europeu.

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domingo, 8 de maio de 2016

1945 - Data formal do Fim da II Guerra Mundial na Europa

O dia 8 de maio de 1945 foi o Dia da Vitória na Europa, marcando o encerramento formal da Segunda Guerra Mundial no continente. A data é o fim de seis anos de sofrimento, coragem e resistência. Ao saber da notícia do fim da guerra, dezenas de milhares de pessoas foram comemorar nas ruas de muitas cidades da Europa, como a multidão que invadiu o Champs- Elysées, em Paris.

Naked cake - Gâteau à étages framboise pistache : photo de la recette

sábado, 7 de maio de 2016

Os Descobrimentos Portugueses e a Europa do Renascimento

Com a presença do Presidente da República General Eanes e do secretário-geral do Conselho da Europa, é inaugurada, em Lisboa, a 7 de maio de 1983, a XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura do Conselho da Europa, subordinada ao tema Os Descobrimentos Portugueses e a Europa do Renascimento. Na montagem da exposição e nos trabalhos prévios de restauro ou adaptação dos cinco núcleos onde a exposição teve lugar (Igreja da Madre de Deus, Casa dos Bicos, Museu Nacional de Arte Antiga, Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém) despenderam-se cerca de 800 milhões de escudos. A exposição esteve aberta ao público desde 9 de maio até 2 de outubro.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

O bem e o mal

A primeira idéia que uma criança precisa ter é a da diferença entre bem e o mal. E a principal função do educador é cuidar para que ela não confunda o bem com a passividade e o mal com a atividade.
Maria Montessori

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quinta-feira, 5 de maio de 2016

As Palavras

As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem, no céu livre por vezes um desenho, são puras, largas, autênticas, indevassáveis. 
Carlos Drummond de Andrade

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segunda-feira, 2 de maio de 2016

domingo, 1 de maio de 2016

Ó Mãe

Ó mãe, regressa a mim. Embala-me no tempo em que os teus lábios rebentavam de ternura. Ó mãe, ó minha mãe, ó rio de água pura, correndo pelas veias. Pelo vento. 
Ó mãe, que és mãe de Deus, que és mãe de mim e mãe de Antero e de Camões, e mãe de quem lhe faltam as palavras como se faltasse o ar. E são assim uma espécie de filhos de ninguém. Abre o teu ventre, mãe. Acorda. Vem parir-me. E vem sofrer a minha dor uma vez mais. Morrer de amor por mim. Vem impedir-me o medo. Ensinar-me a amar a luz dos animais. 
Ó mãe, ó minha mãe. Ó pátria. Ó minha pena. Que me pariste, assim, temperamental. Mãe de Ulisses, de Guevara e mãe de Helena. E mãe da minha dor universal. 
Joaquim Pessoa