Brás
Cubas é
o protagonista
do
livro "Memórias
Póstumas de Brás Cubas"
,
de
Machado
de Assis,
publicado em 1881. Nasceu legítimo representante da fina flor da
elite
brasileira
do século
XIX.
Relativamente culto, elegante e refinado era o que havia de mais
sofisticado na sociedade oitocentista. Na sua outra face, ele é
sovina, preconceituoso e egoísta.
Desde
cedo ostentava o apelido de "menino diabo" e já dava
mostras da índole perversa partindo a cabeça das escravas quando
não era atendido nos seus desejos, ou montando o menino Prudêncio,
que fazia de cavalo. O menino, fruto de uma criação permissiva,
prendia rabos de papel nas pessoas, escondia os chapéus das visitas,
dava beliscões nas matronas e cresceu dando mostras do seu génio
indócil.
Brás
Cubas herdou a fatuidade do pai, da mãe guarda uma sombra
de melancolia e
do restante da família o amor pelas aparências, a vulgaridade, a
frouxidão da vontade e os caprichos. Para ele, o pai vaticinava um
futuro brilhante, fosse no que fosse. O grande futuro não veio, mas
sim um talento imensurável para viver a vida tirando dela o melhor
proveito para si.
Ainda
jovem, apaixonou-se por uma espanhola de má reputação. A primeira
- que durou quinze meses - de uma série de relações descartáveis,
o que levou o pai a enviá-lo
para Portugal a fim de prosseguir estudos em Coimbra ,
onde os filhos das famílias abastadas viravam bacharéis.
Em Portugal,
Brás ganha fama de folião, superficial e petulante. Regressa ao
Brasil levando o diploma de bacharel e o desejo de acotovelar quem se atravessasse no caminho.
Personagem de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis