Eu
não preciso chorar para mostrar que estou triste. Nem gritar para
dizer que sinto dor. Muito menos sorrir para Deus e o mundo para
provar que sou feliz. Não preciso aparentar para ser, demonstrar
para estar. O meu mundo acontece aqui dentro. E ele não é menor ou
maior que o teu: é simplesmente o meu. Ele é meu com todas as
letras, ele é meu em cada palavra, com todos os silêncios, com
todos os incêndios. Eu ouvi o meu choro, eu escutei o meu grito, eu
senti a minha dor e eu gargalhei em paz sem precisar invadir o teu
mundo com coisas tão minhas, com coisas tão lindas, com coisas tão
findas que se repetem infinitamente aqui dentro.
António (adaptado)
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