terça-feira, 8 de abril de 2014

Brás Cubas

Brás Cubas é o protagonista do livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas" , de Machado de Assis, publicado em 1881. Nasceu legítimo representante da fina flor da elite brasileira do século XIX. Relativamente culto, elegante e refinado era o que havia de mais sofisticado na sociedade oitocentista. Na sua outra face, ele é sovina, preconceituoso e egoísta.

Desde cedo ostentava o apelido de "menino diabo" e já dava mostras da índole perversa partindo a cabeça das escravas quando não era atendido nos seus desejos, ou montando o menino Prudêncio, que fazia de cavalo. O menino, fruto de uma criação permissiva, prendia rabos de papel nas pessoas, escondia os chapéus das visitas, dava beliscões nas matronas e cresceu dando mostras do seu génio indócil.

Brás Cubas herdou a fatuidade do pai, da mãe guarda uma sombra de melancolia e do restante da família o amor pelas aparências, a vulgaridade, a frouxidão da vontade e os caprichos. Para ele, o pai vaticinava um futuro brilhante, fosse no que fosse. O grande futuro não veio, mas sim um talento imensurável para viver a vida tirando dela o melhor proveito para si.

Ainda jovem, apaixonou-se por uma espanhola de má reputação. A primeira - que durou quinze meses - de uma série de relações descartáveis, o que levou o pai a enviá-lo para Portugal a fim de prosseguir estudos em Coimbra , onde os filhos das famílias abastadas viravam bacharéis. Em Portugal, Brás ganha fama de folião, superficial e petulante. Regressa ao Brasil levando o diploma de bacharel e o desejo de acotovelar quem se atravessasse no caminho.

Personagem de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

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