João da Ega é a projeção literária de Eça de Queirós. Tal como Eça, usava "um vidro entalado no olho", tinha "nariz adunco, pescoço esganiçado, punhos tísicos e pernas de cegonha".
É um personagem contraditório. Por um lado, romântico e sentimental, por outro, progressista e crítico, sarcástico do Portugal Constitucional.
Era o Mefistófeles de Celorico. Amigo íntimo de Carlos desde os tempos de Coimbra, onde se formara em Direito (muito lentamente). A mãe era uma rica viúva e beata que vivia ao pé de Celorico de Bastos, com a filha.
Boémio, excêntrico, exagerado, caricatural, anarquista sem Deus e sem moral. É leal com os amigos. Sofre também de diletantismo (concebe grandes projetos literários que nunca chega a executar). Terminado o curso, vem viver para Lisboa e torna-se amigo inseparável de Carlos. Como este, também ele teve a sua grande paixão - Raquel Cohen. Não passa de um falhado, corrompido pela sociedade.
Encarna a figura defensora dos valores da escola realista por oposição à romântica. Na prática, revela-se um eterno romântico.
Nos últimos capítulos ocupa um papel de grande relevo no desenrolar da intriga. É a ele que Guimarães entrega o cofre. É juntamente com ele, que Carlos revela a verdade a Afonso. É ele que diz a verdade a Maria Eduarda e a acompanha quando esta parte para Paris definitivamente.
Personagem de Os Maias, de Eça de Queirós
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