Provavelmente
o personagem mais simpático do romance "Os Maias", e aquele que Eça de Queirós mais
valorizou. Não se lhe conhecem defeitos. É um homem de carácter
culto e requintado nos gostos. Enquanto jovem adere aos ideais do
Liberalismo e é obrigado, pelo seu pai, a sair de casa; instala-se
em Inglaterra mas, falecido o pai, regressa a Lisboa para casar com
Maria Eduarda Runa. Dedica a sua vida ao neto Carlos. Já velho passa
o tempo em conversas com os amigos, lendo com o seu gato –
Reverendo Bonifácio – aos pés, opinando sobre a necessidade de
renovação do país. É generoso para com os amigos e os
necessitados. Ama a natureza e o que é pobre e fraco. Tem altos e
firmes princípios morais. Morre de uma apoplexia, quando descobre os
amores incestuosos dos seus netos. É o símbolo do velho Portugal
que contrasta com o novo Portugal – o da
Regeneração –
cheio
de defeitos. É o sonho de um Portugal impossível por falta de
homens capazes.
Sem comentários:
Enviar um comentário