A
origem dos Távoras é tão antiga como a nacionalidade. Todos os
marqueses de Távora são descendentes de Afonso Henriques e alguns
genealogistas asseguram que o nome descende de Ramiro II, filho do
rei de Leão.
Fizeram
ao longo dos séculos alianças poderosas e casamentos de interesse
que lhes asseguraram um lugar permanente no topo da hierarquia social
portuguesa e uma proximidade especial com os monarcas. Valeu-lhes uma
política restritiva de casamentos entre alta nobreza com o objetivo
de assegurar a chamada "limpeza do sangue".
Há
255 anos, a importante família dos Távora atravessava o período
mais negro da sua existência, podemos dizer mesmo, um momento
verdadeiramente dramático, que levaria à execução de várias
sentenças de morte, talvez as mais polémicas que Portugal alguma
vez conheceu, quiçá injustas e vingativas, sobre vários membros da
família dos Távora, decidida durante o "império pombalino".
Estava
uma manhã fria, enevoada, e em Belém, à beira Tejo, o vento frio
não afastava os mirones que queriam assistir à execução sumária
da família mais poderosa do país. Eram 9.00 da manhã quando subiu
ao cadafalso D. Leonor, marquesa de Távora. Era uma mulher snobe e
fria de feitio irascível e com manias de superioridade. Antes de se
entregar às mãos do seu carrasco, disse alto e bom som: "Deus
permita que saibam todos morrer como quem são." E foi
imediatamente decepada num só golpe. Seguiram-se José Maria Távora,
conde de Atouguia, e Luís Bernardo de Távora, cuja mulher era
amante do rei. Depois, o marquês suplicou clemência, mas mesmo
assim partiram-lhe as pernas e os braços e terminaram-lhe o
sofrimento com um garrote.
Às
quatro da tarde, não restava um Távora vivo em Belém. Para
terminar, os seus corpos foram cobertos de alcatrão e queimados.
Nesse dia 13 de janeiro de 1759, o nome Távora era tão malvisto que
o chão por baixo do cadafalso onde morreram foi salgado para que ali
nada nascesse, nem sequer uma erva daninha. Os seus bens foram
"nacionalizados" pelo reino.
Para
assegurar a extinção total dos Távoras, os mais novos, que
escaparam à morte, foram encarcerados nos conventos de Chelas e
Rilhafoles.
O
nome Távora ainda hoje é sinónimo de drama, crime e intriga. Ao
contrário dos planos do marquês de Pombal, a família não foi
extinta e hoje existem centenas de Távoras em Portugal.
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