Nos
primeiros anos do seu reinado, D. João III continuou com uma
política de expansão, o que resultou em os portugueses serem os
primeiros europeus a atingirem a China e o Japão. No entanto, par
que Portugal pudesse continuar na posse e administração dos locais
por si descobertos, era necessário enviar constantemente homens e
embarcações a esses locais, o que ficava muitíssimo caro. Além
disso, com o reforço do império Otomano, os turcos começaram a
atacar o monopólio comercial português na Índia. Por isso, D. João
III decidiu abandonar diversas praças comerciais do Norte de África,
que eram alvo constante dos ataques dos muçulmanos.
Para
contrabalançar estas perdas, D. João III avança com a exploração
e o povoamento do Brasil através do sistema de capitanias. Mais
tarde, visto que o Brasil era constantemente alvo de ataques de
outras nações europeias, ele decide criar aí o cargo de governador
geral para o qual destaca Tomé de Sousa.
Com
Espanha, ele promoveu uma série de alianças através de casamentos,
casando ele próprio com D. Catarina, dando D. Isabel como esposa a
Carlos V e D. Maria a Filipe II, assegurando assim a paz entre estes
dois povos vizinhos.
Com
França, D. João III manteve-se neutro no que diz respeito à guerra
com Espanha, mas manteve-se firme contra os ataques dos corsários
franceses.
Com
Roma, D. João III consegue um fortalecimento das relações por
introduzir em Portugal a Inquisição (que já havia sido pedida
anteriormente por
D.
Manuel I)
e com a adesão do clero português à Contra-reforma.
Com
a Inglaterra, a Flandres e os países do Báltico, D. João III
intensificou as relações comerciais.
A
nível cultural, com o apoio de D. João III, Portugal aderiu à
cultura humanista. Nas letras, sobressaíram-se Gil
Vicente,
Garcia de Resende, Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, João de Barros
e principalmente Luís
de Camões.
Nas ciências destacaram-se Pedro Nunes e Garcia de Orta.
Na
educação, D. João III atribuiu bolsas de estudo a vários jovens
portugueses em países estrangeiros, transferiu definitivamente a
Universidade para Coimbra, tornou-se o fundador de diversos colégios,
e ainda, admitiu e apoiou os Jesuítas em Portugal, de forma a
alargar o ensino pelo país.
É
debaixo do reinado de João III que são enviados os primeiros
missionários portugueses para a evangelização dos povos das terras
administradas por Portugal. Desses destacaram-se São Francisco
Xavier, enviado para o Oriente, e o padre Manuel da Nóbrega que foi
enviado para o Brasil.
Apesar
de ser um homem muito religioso (daí o cognome Piedoso), D. João
III é descrito por muitos como um homem infeliz, visto que tendo
sido pai de dez filhos, viu todos estes morrerem ainda enquanto era
vivo, o que punha em causa a sucessão ao trono.
No
entanto, um dos seus filhos, o príncipe D. João, viveu ainda o
tempo suficiente para se casar e dar à luz um filho, vindo a falecer
quando a sua esposa estava prestes a dar à luz D.
Sebastião,
que nasceu em janeiro de 1554.
Hoje,
podemos encontrar o túmulo de D. João III no Mosteiro dos
Jerónimos.