O
jornal Pravda, de 28 de novembro de 1983, anuncia, como ideia para o
futuro, a colocação de enormes espelhos em órbita sobre o Oceano
Ártico, destinados a refletir luz solar sobre as cidades
setentrionais soviéticas, durante a longa noite polar.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
A Fuga
A
27 de novembro de 1807, a família real portuguesa, acompanhada da
respetiva corte, embarca para o Brasil, por ocasião das invasões
francesas. A frota, comandada pelo vice-almirante Manuel da Cunha
Souto Maior, far-se-á ao mar a 29 de novembro, um dia antes da
chegada a Lisboa do General francês Junot à frente de um exército
com cerca de 26 mil homens. Sem
condições militares para enfrentar os franceses, o príncipe
regente de Portugal, D. João, resolveu transferir a corte portuguesa
para sua mais importante colónia, o Brasil. Contou, neste
empreendimento, com a ajuda dos aliados ingleses.
Nos
catorze navios, além da família real, viajaram centenas de
funcionários, criados, assessores e pessoas ligadas à corte
portuguesa. Levaram também muito dinheiro, obras de arte,
documentos, livros, bens pessoais e outros objetos de valor.
Após
uma forte tempestade, alguns navios foram parar a S. Salvador e
outros à cidade do Rio de Janeiro e é aqui que se instala a corte
portuguesa. Muitos moradores, sob ordem de D. João, foram despejados
para que os imóveis fossem usados pelos funcionários do governo.
Este facto gerou, num primeiro momento, muita insatisfação e
transtorno na população da capital brasileira.
No ano de
1818, a mãe de D. João, D. Maria I, faleceu e D. João tornou-se
rei. Passou a ser chamado de D. João VI, rei do Reino Unido a
Portugal e Algarves.
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terça-feira, 25 de novembro de 2014
Eusebiozinho
Personagem
de "Os
Maias" de
Eça de Queirós, é o primogénito de uma das Silveiras, "senhoras
ricas da Quinta da Lagoaça" na região do Douro. Eusebiozinho
era também conhecido por Silveirinha, filho da viúva D. Eugénia e
irmão da Teresinha. Aparece na obra como representante da educação tradicional e
retrógrada portuguesa.
Eusebiozinho
era, em criança, um "menino molengão e tristonho", de
"perninhas flácidas", com "as mãozinhas pendentes e
os olhos mortiços". Amigo de infância de Carlos, com quem
brincava em Santa Olávia, levava, continuamente, pancada
daquele.
Habituado
a memorizar e com "um edificante amor por alfarrábios e por
todas as coisas do saber", cresceu sem motivações, casou-se,
mas enviuvou cedo. Mais tarde, para se distrair, procurava bordéis
ou aventureiras de ocasião, parecendo "mais fúnebre, mais
tísico".
O
diminutivo do nome é irónico e contrasta com a personagem Carlos
que, desde criança, se revela saudável e cheio de vida. Com
Eusebiozinho, Eça de Queirós critica e ridiculariza a educação
tradicional portuguesa que não prepara para a vida. Mesmo em adulto,
esta personagem é um falhado medíocre, de triste figura e com artísico.
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domingo, 23 de novembro de 2014
O Poema
Um
poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda
sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou
sombra de sangue pelos canais do ser.
Fora
existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva
de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos
genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz
exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as
sementes à beira do vento,
- a hora teatral da posse.
E o
poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E
já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade
as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a
força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.
-
Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
-
E o poema faz-se contra o tempo e a carne.
Herberto Helder
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
O Livro sobre Nada - Manoel de Barros
Com
pedaços de mim eu monto um ser atónito.
Tudo
que não invento é falso.
Há
muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é
verdadeira.
Não
pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada
do ser que a revelou.
É
mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.
Sempre
que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo
contar nada, faço poesia.
Melhor
jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.
A
inércia é o meu ato principal.
Há
histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.
O
artista é um erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.
A
terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela
expresse nossos mais fundos desejos.
Quero
a palavra que sirva na boca dos passarinhos.
Por
pudor sou impuro.
Não
preciso do fim para chegar.
De
tudo haveria de ficar para nós um sentimento longínquo de coisa
esquecida na terra – Como um lápis numa península.
Do
lugar onde estou já fui embora.
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domingo, 16 de novembro de 2014
Sete-Sóis
Baltasar
Mateus , com alcunha hereditária de Sete-Sóis, é abandonado pelo
exército durante a Guerra
da Sucessão Espanhola por
ter ficado inválido devido à perda da sua mão esquerda,
representando a crítica da desumanidade na guerra. Deixado na
miséria, consegue chegar a Lisboa, onde conhece, nesse mesmo dia, Blimunda
e
o padre Bartolomeu, num auto de fé
no
Rossio.
Contava 26 anos. Imediatamente encantado
pelos
olhos de Blimunda
no
primeiro olhar, partilha, desde esse momento até morrer, a vida e os
sonhos com ela. O padre Bartolomeu fá-lo participante do sonho de
voar, projeto que será prosseguido na sua responsabilidade após o
desaparecimento deste.
Torna-se
açougueiro
em
Lisboa,
uma vez que o gancho que usa para substituir a mão lhe facilita o
trabalho e, posteriormente, integra-se como boieiro nas legiões de
operários nas obras do convento
de Mafra.
Porém, a sua principal ocupação é a construção da passarola.
Esta
personagem revela-se gradualmente o herói do romance. Pois, em
primeiro, por ser o representante do povo oprimido, o seu percurso
torna-se o foco do narrador, abatendo do primeiro plano as
personagens do grupo de poder. Em segundo, a sua relação com
Blimunda, cujos poderes são considerados heréticos, entra em
conflito com os valores da sociedade vigente, por não serem casados
oficialmente. Em terceiro, pela amizade e partilha de ideias e sonhos
com o padre Bartolomeu, que o divinizou ao compará-lo com Deus, por
achar que este também é maneta da mão esquerda. Em quarto, pela a
influência dessa amizade, Baltasar adquire o conhecimento de outras
verdades, acerca do questionamento de dogmas
religiosos e,
principalmente, sobre a consciência do papel do homem no mundo, esta
que será obtida quando Baltasar reconhecer e assumir o seu próprio
valor. E por último, porque Baltasar paga com a sua própria vida a
perseguição do sonho, o que, consequentemente, o faz transcender a
imagem do povo oprimido e espezinhado de que faz parte e que
representa. Assim, não é um herói nem um anti-herói, é
simplesmente um homem: um homem simples, elementar, fiel, terno e
maneta, que reage perante a vida com a resignação típica dos
humildes tanto de coração como de condição. Aceita apenas o que a
vida lhe oferece, sem medo do trabalho ou da morte.
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sábado, 15 de novembro de 2014
D. Maria II
A
15 de novembro de 1853, morre, em Lisboa, a Rainha D. Maria II. Teve
uma infância despreocupada e feliz, mas cedo se preparou para ser
rainha, ainda sem saber que o seu reinado seria um dos mais terríveis
períodos da nossa História, o
das lutas entre liberais e absolutistas, a Guerra Civil, a revolução
de Setembro, a Belenzada, a Revolta dos Marechais, a Maria da Fonte, a
Patuleia.
Sucedeu-lhe
o seu filho mais velho, D. Pedro V.
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sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Maria Sklodowska
A
7 de novembro de 1867, nasce, em Varsóvia, capital da Polónia, a
cientista Maria Sklodowska. Tendo ido viver para França, assume,
após o casamento, o apelido do marido, passando a ser conhecida por
Marie Curie. Recebeu o Prémio Nobel da Física em 1903 e o Prémio
Nobel da Química em 1911.
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