Esta gente cujo rosto
Às vezes
luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra
escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu
gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a
cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que
tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É
a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu
nome
E em frente desta gente
Ignorada e
pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a
pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se
renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De
uma vida limpa
E de um tempo justo
Sophia de
Mello Breyner Andresen, in Geografia
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