domingo, 26 de julho de 2015

Pigmalião e Galateia

A história de Pigmalião e Galateia (a sua estátua favorita) é uma das lendas de amor mais inverosímeis e estranhas da mitologia grega. 
Pigmalião era rei de Chipre e um hábil escultor. Os seus namoros com as mulheres cipriotas só acumularam problemas, pois sempre acolhia as mulheres erradas. Via tantos defeitos e indecências nessas mulheres que começou a abominá-las. Sentindo-se deprimido, decidiu que nunca iria casar-se e optou por viver isolado e imerso no seu trabalho de escultor. Passou a dedicar todo o seu tempo livre a talhar; e, como não era insensível à beleza feminina, esculpiu uma figura feminina em marfim, usando habilidades requintadas. Era a mulher ideal para fazer-lhe companhia. A figura esculpida era de uma beleza tão grande e parecia tão viva, que Pigmalião apaixonou-se pela sua criação.
Ele adornou-a com roupas, colocou anéis nos seus dedos e um colar de pérolas no pescoço. Ficava horas com a estátua, beijava-a, apalpava-a para verificar se estava viva (não conseguia acreditar que se tratasse apenas de marfim) e dava-lhe presentes com os quais toda a mulher sonha. Passava o tempo e Pigmalião sentia-se cada vez mais atraído por aquela figura que considerava a sua obra prima.
Realizava-se, com grande pompa, em Palea (onde havia um importante santuário dedicado a Afrodite), um festival à deusa da beleza e do amor. Após Pigmalião ter executado a sua parte nas solenidades, parou diante do altar e invocou a deusa pedindo-lhe que lhe permitisse encontrar uma mulher igual à estátua de marfim.
A deusa Afrodite, apiedando-se dele, decidiu atender ao pedido, mas, não encontrando na ilha uma mulher que chegasse aos pés da que Pigmalião esculpira, em beleza e pudor, transformou a estátua numa mulher de carne e osso e nomeou-a de Galateia. Quando voltou para casa, Pigmalião beijou-a como era seu costume. No calor do seu beijo, ele apertou os seus lábios a lábios tão reais, que, surpreso, temeu estar enganado; beijou-a novamente e colocou a mão sobre a sua perna e o que fora marfim agora era pele macia que se rendeu aos seus dedos. Sentindo os beijos, Galateia corou, e abrindo os seus tímidos olhos à luz, fixa-os no mesmo instante em Pigmalião, que a envolveu nos seus braços e sentiu um coração que pulsava como o dele.
Com a benção de Afrodite, Pigmalião e Galateia casaram-se; tiveram uma filha, Metarme (era tão bela que até o próprio Apolo a pretendeu), e um filho, Pafos, que deu o seu nome à cidade cipriota de Pafos. 



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