Encosta-te
a mim,
Nós já vivemos cem mil anos.
Encosta-te a mim,
Talvez
eu esteja a exagerar.
Encosta-te a mim,
Dá cabo dos teus
desenganos
Não queiras ver quem eu não sou,
Deixa-me chegar.
Chegada
da guerra,
Fiz tudo p´ra sobreviver, em nome da terra,
No
fundo p´ra te merecer
Recebe-me bem,
Não desencantes os meus
passos
Faz de mim o teu herói,
Não quero adormecer.
Tudo
o que eu vi,
Estou a partilhar contigo
O que não vivi, hei-de
inventar contigo
Sei que não sei
Às vezes entender o teu
olhar
Mas quero-te bem,
Encosta-te a mim.
Encosta-te
a mim,
Desatinamos tantas vezes.
Vizinha de mim,
Deixa ser
meu o teu quintal,
Recebe esta pomba que não está
armadilhada
Foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu
venho do nada
Porque arrasei o que não quis
Em nome da
estrada, onde só quero ser feliz.
Enrosca-te a mim,
Vai
desarmar a flor queimada,
Vai beijar o homem-bomba, quero
adormecer.
Tudo
o que eu vi,
Estou a partilhar contigo, e o que não vivi,
Um
dia hei-de inventar contigo
Sei que não sei, às vezes entender o
teu olhar,
Mas quero-te bem.
Encosta-te
a mim
Encosta-te a mim
Quero-te bem.
Encosta-te a mim.
Jorge Palma
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